Ao responder hoje a uma pergunta sobre a crise no setor aéreo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não se devem fazer "julgamentos precipitados" e não cabe fazer associação entre as causas da crise ocorrida nos aeroportos com o acidente da Gol, que deixou 154 mortos. Lula comentou que por se afirmar que havia um "apagão aéreo" entre o Pará e o Amazonas concluiu-se que os responsáveis pelo acidente teriam sido os controladores de vôo. O presidente destacou que é preciso aguardar a revelação das causas do desastre aéreo. "A história vai julgar. Quando há julgamentos precipitados, a gente cria confusão. Em vez de ficar dando opinião, eu prefiro esperar o resultado final das investigações (sobre o acidente)", disse.

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O presidente citou vários problemas registrados na aviação civil nos últimos tempos, como, por exemplo, a crise da Varig, a prática de overbooking (venda de passagens em número superior ao de assentos disponíveis no avião) atribuída à TAM e a dificuldade das empresas de atenderem a um crescimento de 20% no número de passageiros turistas no ano passado em relação a 2005. "Houve um conjunto de coisas, criando um problemão de uma magnitude quase incontrolável", afirmou. "Nós estamos resolvendo e vamos resolver com tranqüilidade", acrescentou.

Ao responder a uma pergunta se havia sido ou não avisado por auxiliares sobre os problemas no setor aéreo, Lula disse ter sido advertido de que não havia "apagão aéreo".

O presidente deixou de responder se houve ou não falha gerencial do governo na administração do serviço de controle do tráfego aéreo. Especificamente sobre o acidente com o avião da Gol, Lula disse: "O que pode ter ocorrido é uma desobediência (de ordem) de vôo.

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Ele foi questionado sobre a relação entre um suposto aumento nos gastos com publicidade da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e a escassa liberação de verbas para o setor. Respondeu que era necessário separar a questão do controle do tráfego aéreo dos gastos com a Infraero. "Para ser justo, a gente tem que separar essas perguntas", disse, acrescentando que cabe às instâncias responsáveis investigar as contas da Infraero.