A candidata à Presidência da República pelo PSOL, Heloísa Helena disse nesta quinta-feira (14) em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, que o momento não é oportuno para discutir um possível impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso fique comprovado o uso da máquina do governo na campanha eleitoral. "Não tem sentido discutir impeachment neste momento da campanha, a poucos dias do pleito", disse a candidata ao comentar às possíveis implicações legais para Lula na confecção das cartilhas de propaganda oficial, cujos contratos, supostamente superfaturados estão sendo investigadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

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Segundo Heloísa Helena, a discussão de um possível impeachment de Lula por conta da distribuição das cartilhas seria possível somente se houvesse mobilização da população. "Infelizmente, não existe nada de novo. A utilização da máquina pública vem sendo realizada, ou de forma sofisticada, cínica e dissimulada, ou de forma desvairada, que muitas vezes acabam sendo parte de investigação do TCU", comentou.

A candidata chegou a Rio Preto às 7h20. No aeroporto, trombou com o candidato a senador pelo PFL, Guilherme Afif Domingos, que desceu no mesmo vôo e a quem beijou e recebeu votos de "boa sorte". Depois, percorreu a cidade em carreata e caminhou e fez discurso no calçadão, onde pediu votos a cabos eleitorais do candidato pefelista, que o esperavam para campanha na mesma região.

Na sua caminhada, Heloísa abraçou a sanfoneira Clarice Mantovani cega, que toca todos os dias no calçadão em troca de moedas. Heloísa não colaborou com o pedido de ajuda numa placa. "Queria pedir uma sanfona para ela, mas não deu tempo", lamentou Clarice. No seu discurso, Heloísa criticou Lula a quem chamou diversas vezes "majestade barbuda". Para ela, Lula se faz de "filhinho da pobreza, mas que na verdade está servindo aos delinqüentes de luxo". Heloísa disse esperar Lula em debate "para poder desmascará-lo desta fantasia de filho da pobreza", afirmou.

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Heloísa ainda negou ter mudado seu plano de governo, como foi noticiado, e repetiu ser "um milagre" estar com 10% nas pesquisas de intenção de votos. A candidata também disse se sentir como Davi "que tem de derrubar um Golias por dia" para poder competir numa "luta desigual" com seus adversários, que usam "dinheiro público roubado" por meio do mensalão e dos sanguessugas, e de dólares trazidos dos paraísos fiscais.

A candidata ainda comentou pesquisa que indica que 76% dos jovens de 14 a 24 anos não trabalham nem estudam. "Isso significa a necessidade de se alterar a política econômica, aumentar os gastos públicos nos setores que dinamizam a política local e geram renda e emprego, para que esses jovens não se tornem presas dos traficantes de drogas", comentou.

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