O deputado José Dirceu (PT-SP) encerrou o discurso de defesa, que durou 45 minutos. "Não quero misericórdia, não quero clemência, quero justiça", afirmou, sendo aplaudido pelos deputados, no plenário. Dirceu insistiu na tese de que não pode ser cassado sem provas. "Não posso ser cassado por causa da minha personalidade. É uma violência (que sofro)como cidadão e parlamentar eleito, como é uma violência contra 40 anos de vida pública. É minha vida, minha biografia que estão em jogo aqui", disse. Ele afirmou que, mesmo se for cassado, continuará a lutar na vida política.
Dirceu lembrou que nesse caso, estará com 70 anos, quando recuperar os direitos políticos e só poderá se candidatar, novamente, em 2016. "Não vou me dobrar, não vou cair, vou continuar lutando. Vou ter de refazer minha vida", disse. No pronunciamento, ele fez um relato da vida política, dos cargos que ocupou e da luta pela democracia. Insistiu que não é verdade que a base do governo teria sido feita com favores, barganhas ou compra de votos. Deixou claro que, em todo o processo que discutiu a cassação, continuou a defender o governo das acusações de prática de "mensalão" e de corrupção. Dirceu admitiu, em tese, que existe corrupção na administração pública, mas ressaltou que entregou aos órgãos competentes um relatório com todas as denúncias que recebeu. "Tenho a consciência tranqüila. Não me omiti, não prevariquei na Casa Civil. Não aceito ser responsabilizado pelos erros do PT", disse.