São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, negou que sua decisão de anunciar que se afastará do cargo em março por causa de sua pré-candidatura à presidência da República possa criar uma divisão interna no PSDB. Alckmin, que disputa a indicação com o tucano José Serra, prefeito de São Paulo, se mostrou confiante na capacidade do PSDB de se unir em torno de um único nome.

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"Nós não estamos causando nenhuma divisão", disse o governador, após cerimônia no Palácio dos Bandeirantes para sancionar a lei que cria a Defensoria Pública no Estado de São Paulo. "O PSDB tem uma tradição de busca da unidade partidária", acrescentou. Alckmin ressaltou que sua decisão de anunciar que deixará o cargo reflete a transparência com que tem tratado a eleição, deixando claros seus objetivos políticos. "Acho que isso é bom para o partido."

Ele insistiu ainda que não acredita que seu anúncio pressione de alguma forma o prefeito de São Paulo a fazer o mesmo ou ainda que force o próprio PSDB a acelerar sua decisão sobre quem será o candidato à presidência. De acordo com Alckmin esta foi uma atitude óbvia diante das exigências da lei eleitoral. "Eu quero ser candidato à presidência da República, tenho colocado isso de maneira muito clara, muito objetiva", disse Alckmin. "É óbvio que tenho que deixar o governo antes do prazo da lei", acrescentou.

O governador de São Paulo disse ainda que não vê motivo para constrangimento caso o PSDB opte por lançar o nome de Serra para a presidência. "Não há nenhum constrangimento. Eu acho que as coisas estão caminhando bem", disse o governador, ressaltando mais uma vez que se sente confiante e animado com a pré-candidatura.

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Alckmin se mostrou incomodado com a insistência dos jornalistas em abordar o assunto e desviou diversas vezes de perguntas sobre as eleições, optando por tratar o tema da lei de defensoria pública. "Vejo que os jornalistas estão mais ansiosos do que os políticos. Recomendo acupuntura", brincou.

Com ou sem divisão interna, Alckmin já conta com o apoio do vereador José Aníbal na disputa pela presidência. Aníbal, que também participou do evento, disse que vê como óbvia a decisão de Alckmin de anunciar que deixará o cargo e ressaltou que a candidatura do governador à presidência é "mais natural" do que a de Serra.

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"O governador está muito bem avaliado e está caminhando para o final do mandato. Acho natural que ele seja nosso candidato à presidência", disse Aníbal. Ele lembrou que Serra ainda está no início de seu mandato na prefeitura, apesar de apresentar um desempenho importante nas pesquisas de opinião. "Ele está desempenhando seu papel na prefeitura e eu, pessoalmente, vejo como mais natural uma candidatura de Alckmin."

Aníbal, que aparece entre os nomes do PSDB que poderão disputar a sucessão no governo do Estado, aproveitou para afirmar que ele próprio já está certo de sua pré-candidatura e disse que começou a pensar em como irá trabalhar para ganhar apoio dentro da legenda. "Eu avalio que tenho sim condições de disputar", afirmou. Ele insistiu, no entanto, que o atual momento precisa ser dedicado à questão presidencial.