São Paulo – O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, descartou nesta terça-feira (30) a possibilidade desabastecimento de energia elétrica. Ele esclareceu que um plano estratégico em desenvolvimento garante a oferta, diante da meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país) em torno de 5% ao ano, até 2010.
Se a economia crescer nesse nível, de acordo com Tolmasquim, haverá necessidade de ampliar a atual capacidade de oferta em cerca de 700 megawatts (MW) ao ano, o que representa um déficit de 1,3%. Essa carência, no entanto, "deverá ser sanada por meio do leilão de contratos previsto para maio ? as usinas pré-inscritas têm comoofertar 16 mil megawatts".
Os contratos, explicou, são para suprir um aumento de demanda em três anos. Para 2007 e 2008, "os reservatórios estão cheios, vertendo em todo o país, em uma situação que há muitos anos não se via no Brasil, garantindo pouco uso das termelétricas".
O presidente da EPE lembrou que esse é o período necessário para estabilizar a oferta de gás natural, com a entrada de 20 milhões de metros cúbicos, do Rio de Janeiro e do Ceará. E a partir de 2008, entrarão em operação poços do Espírito Santo e de Santos (SP).
Na hipótese de o crescimento da economia ficar abaixo da meta, em torno de 4%, Tolmasquim disse que ?haverá um excedente de energia de cerca de 1% ao ano?.
Indagado sobre o risco de "apagão" apontado em relatório da Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, ele afirmou que o documento foi baseado em coleta de dados divulgados pela imprensa e em seminário, mas sem embasamento técnico. "O estudo que temos é o mais bem qualificado", garantiu, após participar de seminário sobre energia promovida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).