O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que ainda não há uma posição dentro do governo sobre a realização de uma reforma da Previdência. Mantega disse que as declarações da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, hoje, são uma opinião pessoal.
Mantega afirmou que o governo está criando um fórum para discutir os problemas da Previdência no longo prazo. "Não está definido, o governo não tem uma posição sobre isso, mas possivelmente podemos desembocar nesta questão, mas não vamos colocar os carros na frente dos bois", disse Mantega.
Segundo ele, é preciso discutir os problemas, traçar um bom diagnóstico e ver se tem sustentabilidade no médio e longo prazo e propor uma solução.
CNI
Mantega disse também que as críticas divulgadas pela Confederação Nacional da Indústria (CIN) ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destoam da avaliação de outras entidades como o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib) e de empresários paulistas.
O ministro fez um desafio ao economista-chefe da CNI, Flávio Castello Branco. Segundo Mantega, quem está dizendo que o País não vai crescer vai perder esta aposta. O ministro disse que as instituições já estão revendo para cima as metas de crescimento do PIB para este ano. A CNI estima um crescimento de 3,5% em 2007. "Ele está desinformado. A economia já está crescendo mais do que no ano passado", afirmou Mantega.
O ministro também rebateu as críticas de falta de um marco regulatório. Ele disse que o governo está trabalhando nesse sentido e citou como exemplo a aprovação do marco regulatório da área de saneamento. Sobre o pedido da CNI para que haja redução dos gastos públicos, Mantega disse que a CNI terá que esperar a divulgação do contingenciamento do orçamento nos próximos dias. Disse também que o governo está criando condições para aumentar os investimentos, mas que não dá para fazer exageros. "Se eles querem que desonere toda a carga tributária e mantenha o equilíbrio fiscal, é impossível", disse Mantega.
Dólar
O ministro da Fazenda afirmou que o governo não pretende, "por enquanto", reduzir o porcentual de 30% permitido ao exportador para manter os dólares no exterior. Segundo ele, o mecanismo não está sendo utilizado pelos exportadores porque ainda é mais vantajoso trazer o dinheiro para o Brasil e aplicar em reais. "Aplicar em real é melhor do que qualquer operação em dólar. Nesse ponto, os juros ainda atrapalham um pouco", disse o ministro. Para Mantega, o mecanismo será efetivo quando o Brasil tiver taxa de juros de equilíbrio.