‘Não fosse o BC, dólar estaria em R$ 1,50’

O ex-diretor da área internacional do Banco Central (BC) e consultor da EBS, Emílio Garófalo, elogiou as atuações da autoridade monetária no mercado de câmbio. ?Se o BC não opera, é operado.

Segundo ele, ?por excesso de conservadorismo?, o BC ficou de fora do mercado em 2005, permitindo ?que a taxa desabasse?. ?Hoje a gente vê o Banco Central fazendo um esforço danado para manter o dólar acima de R$ 2?, afirmou.

De acordo com ele, o aumento recente das reservas internacionais comprova que há uma ?mudança de postura do BC?. As reservas internacionais estavam em US$ 118,541 bilhões até o dia 23, ante US$ 85,8 bilhões no fim do ano passado, um aumento de quase US$ 33 bilhões.

?Para quem comprou menos de US$ 1 bilhão em todo ano de 2005 é uma mudança de postura. Se não é uma mudança de política cambial é, no mínimo, a adoção de uma política cambial. Porque um dos diretores que saiu agora dizia que o BC não tem política cambial. E agora passou a ter, o que é bom?, analisou Garófalo.

Para o ex-diretor do BC, não há nenhum problema em o BC mudar de postura sem assumi-la de maneira formal. ?O mercado todo percebe o que o BC está fazendo. Quem faz até dois leilões por dia deixa clara qual é a sua política. Ele não precisa declarar isso?, afirmou. ?Acho que quem tem que ser previsível é a taxa e não o Banco Central. O Banco Central excessivamente previsível não opera, ele é operado?, acrescentou.

Garófalo acha que o dólar pode romper a barreira dos R$ 2 e que isso só não aconteceu por causa das atuações do BC. Para ele, só ?com muito esforço? do BC o dólar poderá encerrar o ano acima de R$ 2 ou ?no máximo R$ 2,10?.

?Do ponto de vista estrutural, o dólar tem tudo para ir abaixo de R$ 2. O esforço quase que hercúleo é o que o tem mantido acima. A impressão que eu tenho é a de que o Banco Central tem como mantê-lo acima de R$ 2, mas exclusivamente por sua ação. Se fosse mantido o discurso de que o dólar será o que tiver de ser, ele já estaria a R$ 1,50 com certeza?, disse.

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