O ministro da Previdência, Romero Jucá, justificou há pouco o fato de ter pedido
arquivamento do procedimento da Procuradoria Geral da República, ao encaminhar
ontem a documentação de sua defesa ao procurador Claudio Fonteles sobre as
suspeitas de uso de "fazendas fantasmas" para obtenção de recursos públicos de
financiamentos para empresa na qual o ministro foi sócio. Após analisar a
defesa, Fonteles decidirá se vai solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a
abertura de inquérito criminal contra Jucá.
"Pedi o arquivamento porque
não existe qualquer tipo de acusação contra mim", afirmou o ministro, em
entrevista coletiva depois de se reunir com os presidentes da CUT, Luiz Marinho,
e da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, na sede da CUT em São
Paulo.
Jucá reiterou, entretanto, que o arquivamento dependerá da análise
de Fonteles, mas ressalvou que aguarda o pronunciamento do procurador-geral com
tranqüilidade. "A Procuradoria investiga e, quando não se chega a uma posição de
dolo ou erro, se arquiva o procedimento", insistiu, ao enfatizar que ele não vê
incoerência entre o fato de solicitar rapidez nas investigações conduzidas pelo
Ministério Público e Polícia Federal e o arquivamento no procedimento da
Procuradoria Geral da República.
O ministro da Previdência reafirmou se
sentir à vontade no comando da Pasta e que tem se mantido focado em seu
trabalho. Sobre a defesa pública feita ontem pelo presidente da República, que
disse haver até o momento apenas "insinuações" contra o ministro, Jucá disse: "O
presidente Lula tem me apoiado em todos os momentos. Me apoiou quando me
convidou a ser ministro e tem reiteradas vezes me dado condições de trabalho."
"Esse tipo de ataque político, requentado, que tem como base o Estado
(Roraima) e a disputa eleitoral, não está atrapalhando o meu trabalho. A quem
interessa esse tipo de acusação contra mim? É uma análise que todos têm que
fazer", complementou.
