A nacionalização do gás na Bolívia é assunto de destaque em vários jornais estrangeiros hoje. O Financial Times, em reportagem de capa, observa que os investidores internacionais serão atingidos pela decisão do governo do presidente Evo Morales. O diário financeiro mais influente do mundo lembra que a indústria de gás boliviana é dominada por grupos internacionais, como a Petrobrás do Brasil, Repsol da Espanha, Total da França, e British Gas (BG) e British Petroleum (BP) do Reino Unido. Juntas, elas investiram US$ 3,5 bilhões no país ao longo da última década.

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Um analista de Wall Street entrevistado pelo FT disse que a nacionalização "envia um sinal muito negativo" para o mercado de petróleo e gás. "É um sinal de crescente nacionalismo que poderia se espalhar da Venezuela e Bolívia para o México e até tão longe quanto o Kuwait".

Segundo o jornal, a decisão mostra a proximidade de Morales com Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e Fidel Castro, presidente cubano.

O jornal New York Times afirma que a nacionalização "é o mais recente passo dado por governos latino-americanos da Venezuela ao Equador para garantir maior controle sobre o setor energético decisões que têm causado calafrios" nos grupos estrangeiros.

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"Motivados por políticas nacionalistas e preços em alta do gás e petróleo, governos têm aproveitado a oportunidade de ganhar rendas maiores enquanto ao mesmo tempo usam seu controle sobre abastecimentos futuros de energia para fortalecer seu posicionamento político tanto doméstico como no exterior".

O jornal El Pais dedicou sua manchete de capa à nacionalização do gás na Bolívia. Em sua edição online, o jornal mais importante da Espanha acrescenta que as ações da empresa Repsol YPF, que possui ativos na Bolívia, registravam nesta manhã a maior queda na bolsa de valores de Madri. O ministro da Indústria da Espanha, José Montilla, disse que a decisão de Morales "não é uma boa notícia". Ele disse que está preocupado com o impacto que a nacionalização terá sobre as empresas espanholas.

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O jornal The Times afirma que os dois grupos britânicos British Petroleum (BP) e British Gas (BG), "estão diante de uma mudança drástica em suas lucrativas operações na Bolívia após o presidente de esquerda" ter nacionalizado os ativos de petróleo e gás do país.

Segundo o diário britânico, ainda não está claro se os ativos pertencentes à BP e BG estão entre os tomados por tropas do exército.

A presença da BG na Bolívia não é ampla, mas o país representa 11% das reservas de gás e petróleo provadas e prováveis do grupo Além disso, observou o jornal, a BG controla a Comgás, distribuidora de gás de São |Paulo, e tem uma participação no gasoduto Bolívia-Brasil. Cerca de metade do gás da Comgás vem da Bolívia.