Na TV, Requião acusa bingos de lavar dinheiro do narcotráfico

O governador Roberto Requião esclareceu, em um pronunciamento na TV Paraná Educativa, os fatores que levaram à proibição do funcionamento dos bingos no Estado. Requião apresentou a cartilha intitulada De caso com a máfia, que relaciona as ações judiciais movidas pelo Ministério Público Federal contra o jogo em todo o país e expõe a relação entre as casas de bingo e a lavagem de dinheiro do narcotráfico, do contrabando de armas e do superfaturamento de empresas. “O bingo foi introduzido no Brasil pela máfia italiana, a La Banda de La Magliana, e pela máfia espanhola”, afirmou.

A cartilha revela o esquema de lavagem de dinheiro facilitado pela falta de controle sobre o número de jogadores que utilizam os caça-níqueis e sobre o número de cartelas vendidas nos bingos. Sem numeração, o proprietário pode afirmar que vendeu o número de cartelas que lhe for conveniente. As empresas podem declarar um número de jogadores nas máquinas muito superior ao real e, como o jogo é feito com notas e moedas, o pagamento de impostos sobre a falsa arrecadação legaliza quantidade enorme de dinheiro de origem suspeita. A distribuição da cartilha é gratuita e ela pode ser entregue pelo correio, após pedido através do número 0800-643-7444.

O governador lembrou que, desde a época da CPI dos Precatórios a instrumentalização por meio dos bingos já era considerada. Em meados da década de 90, a CPI do Narcotráfico também apontou a ligação entre a jogatina legal e o crime organizado. “Não há nenhuma dúvida da ligação dos bingos no Brasil com a máfia italiana, o narcotráfico e o jogo do bicho”, disse na época o procurador da República, Luiz Francisco Fernandes de Souza. “No Brasil, já temos o PCC e o Comando Vermelho. Por que vamos trazer máfias de outros países?”, questionou Requião. (Leia mais na edição de amanhã de O Estado do Paraná)

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