Na terra de Guga, as esperanças são do feminino

Na terra de Guga parece que as maiores esperanças do tênis brasileiro estão entre as meninas. Enquanto no masculino quase não há novos nomes, no feminino estão surgindo algumas boas promessas. Três delas estão em Campos do Jordão, no torneio Mastercard Credicard, sendo que duas passaram para as quartas de final: Jennifer Widjaja (ganhou da argentina Bettina Jozami por 6/3 e 6/3) e Larissa Carvalho (de Sheilla Guerberg, da Argentina, por 6/2 e 6/1), enquanto Roxane Vaisemberg, talvez a de maior potencial, caiu diante da portuguesa Frederica Piedade, num jogo em que teve chances e revelou seu talento. O resultado foi 6/2, 3/6 e 6/3 para Piedade que já foi campeã em Campos do Jordão.

"Na minha atual fase tenho de me preocupar mais com a forma de jogar, do que com vitórias e ranking", disse Roxane, com os olhos cheios de lágrimas.

Com apenas 15 anos, Roxane Vaisemberg decidiu aceitar uma proposta para mudar-se para a Argentina. Com técnico próprio, fisioterapeuta, nutricionista e um bom ambiente de treinamentos, já está há 1,8 ano em Buenos Aires. Está investindo no futuro e vem mostrando potencial para realmente chegar longe.

"Não tenho nada contra o Brasil, apenas que recebi uma boa proposta e estou gostando muito", resumiu a tenista.

Uma boa proposta também seduziu Jennifer Widjaja, filha de um bem qualificado professor de tênis, Tony Wijdaja, seu primeiro treinador.

Com apenas 18 anos, essa descendente de tailandeses transferiu-se para a equipe do Costão do Santinho, um resort em Florianópolis, que montou uma forte equipe de tênis.

"Lá temos tudo", conta Jennifer. "Centro de treinamentos, técnicos, apoio nas viagens e despesas. Já conto com esse patrocínio há dois anos." Com apoio desse tipo, graças ao proprietário do resort, Fernando Marcondes, o Brasil poderá ter em breve uma tenista entre as 50 do ranking. Jennifer é talentosa e lutadora. Suas origens asiáticas são evidentes em quadra. Possui uma paciência invejável para trocar bolas de fundo e esperar o momento exato de atacar e ganhar os pontos.

Larissa Carvalho é a mais experiente destas jovens promessas. Tem 20, mas segundo seu treinador, o ex-tenista Santos Dumont, só agora "acordou" para a carreira e conscientizou-se de seu talento. "Ela (Larissa) já era para estourar com 18 anos, mas demorou um pouco mais.

Só agora consegue ficar sete semanas fora em torneios, antes já sentia saudades de casa com apenas três", contou o treinador.

"Mulher é mesmo um pouco mais complicada", diz Larissa. "Mas acho que o importante é a gente querer jogar tênis e estar disposta a abrir mão de família, festas e tudo mais. E eu quero jogar."

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