Nova York – Grande parte dos analistas internacionais espera nova redução da Selic em 75 pontos-base no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima semana. Os especialistas observam que os números de inflação estão convergindo para a meta do Banco Central (BC) e acrescentam que novos cortes do juro podem dar maior estímulo à atividade econômica. Com mais um corte de 75 pontos-base, o Copom deixaria a Selic em 15,75%, nível que foi registrado pela última vez em março de 2001.

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, divulgado na última semana, fortaleceu o quadro benigno de inflação. Sendo que um dos destaques veio das medidas do núcleo da inflação. O número de março, "indica que a inflação está convergindo de forma consistente para a meta de inflação neste ano", observa a equipe para América Latina do UBS, coordenada por Michael Gavin.

"Ficaria muito surpreso se a decisão for diferente de um corte de 75 pontos-base", observa Ricardo Amorim, diretor de estratégia para América Latina do Banco WestLB. "Os números de inflação foram excelentes, mostrando que existe espaço para a queda dos juros", acrescenta. Os analistas da equipe de David Malpass, no Bear Stearns, concordam que os dados de inflação "deverão manter a porta aberta para a continuação da flexibilização da política monetária, com objetivo de consolidar o recente avanço na atividade".

Drausio Giacomelli, estrategista do JP Morgan, prevê um corte de 75 pontos-base neste encontro e estima que a Selic estará em 13 75% no final do ano. O analista lembra que o Copom vem sinalizando gradualismo para a condução da política monetária e não estaria disposto a mudar o ritmo agora. A equipe do Bears Stearns também espera outro corte de 75 pontos-base do juro. "O que deve trazer a Selic para 15,75%, a menor desde 2001." Segundo os analistas, números menores de inflação devem continuar favorecendo um ambiente de juros mais baixos.

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John Welch, estrategista de dívida para América Latina no Lehman Brothers, reconhece que está fora do consenso ao prever um corte de menor magnitude (50 pontos-base) na próxima semana. O analista argumenta, por exemplo, que a ata já trouxe a informação de que a atividade está dando sinais de melhora e, para este ano, a inflação já está abaixo da meta. "Acima de tudo todo os cortes já implementados indicam que a taxa tem caminhado para um nível mais próximo do que seria um nível neutro", pondera.