De hoje a sexta-feira quase todas as equipes iniciam no circuito de Sepang, na Malásia, três dias de testes visando às duas próximas etapas do campeonato, o GP da Malásia, dia 8 de abril, lá mesmo, e dia 15 a prova de Bahrein, ambas sob calor intenso.
Mas os projetistas irão verificar também se as grandes mudanças planejadas para a quarta corrida da temporada, a primeira na Europa, o GP da Espanha, dia 13 de maio, são mesmo capazes de tornar os carros mais velozes.
Antes de o Mundial começar, havia duas correntes de pensamento dentre os projetistas da Fórmula 1. Engenheiros como o renomado Adrian Newey, diretor-técnico da Red Bull, defendiam a manutenção da distância entre-eixos ou até mesmo uma leve redução.
A distância entre-eixos é a medida do centro da roda dianteira ao centro da roda traseira. Já o maior responsável pelo projeto do F2007 da Ferrari, Nicolas Tombazis, apoiava a tese de que aumentar a distância entre-eixos favoreceria a performance.
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Ontem a Renault anunciou que em Barcelona irá estrear uma versão B do seu modelo R27. Principal alteração: maior distância entre-eixos. A vantagem imposta pela Ferrari na abertura do campeonato, na Austrália, não decorre apenas dessa característica, mas tem peso elevado na eficiência geral do F2007.
A distância entre-eixos do carro italiano é conhecida: 3.135 mm. Renault e McLaren não divulgaram seus dados, enquanto a da BMW também é menor da Ferrari, 3.110 mm.
A revista italiana Autosprint confrontou, no computador, fotos obtidas do mesmo ângulo e chegou à conclusão de que a distância entre-eixos do F2007 é 80 mm maior que o MP4/22 da McLaren, diferença elevada para os padrões da F-1.
A Renault deu o primeiro passo no sentido de adotar a filosofia conceitual da Ferrari. As implicações de rever a distância entre-eixos são grandes, como distribuição de peso, aerodinâmica dentre outras, mas parece ser mesmo tendência irreversível.