A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou que Cuba caminha para uma "grande transição" e criticou a Espanha por não apoiar os dissidentes do regime cubano. Rice fez as declarações durante a visita de um dia à Espanha para tentar aprofundar as relações entre Washington e Madri após três anos de afastamento. A intenção é normalizar as relações entre os dois países depois da crise bilateral iniciada com a retirada das tropas espanholas do Iraque em abril de 2004.
Mas as divergências com relação a Cuba ameaçam um possível entendimento. O governo americano ficou irritado com a recente visita do ministro de Relações Exteriores espanhol, Miguel Angel Moratinos, a Cuba, durante a qual ele ignorou os dissidentes cubanos. Rice manifestou publicamente sua dificuldade de entender o motivo de um país como a Espanha, que conheceu a ditadura e a transição, enviar uma delegação oficial a Havana e não se relacionar com dissidentes do regime castrista.
"Há uma grande transição começando em Cuba, e eu acredito que Estados democráticos devem agir democraticamente", afirmou Rice antes de chegar à capital espanhola. "Não se deve dar ao regime a idéia de que haverá apenas a transição de uma ditadura para outra.
Moratinos defendeu sua visita e argumentou que Madri é favorável à manutenção de boas relações com Havana. O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, disse que ficaria feliz em discutir com Rice sobre as relações espanholas com Cuba. "É compreensível e normal" que Madri e Washington tenham pontos de vista diferentes sobre o tema, disse o primeiro-ministro. "Quando tivermos conversado, as posições serão melhor entendidas.
