Na CPI do Tráfico de Armas, Marcola nega ter ordenado ataques do PCC

O preso Marcos Willians Herbas Camanho, o Marcola, de 36 anos, confirmou hoje a integrantes da CPI dos Tráfico de Armas sua condição de líder do Primeiro Comando da Capital (PCC). Em seu depoimento na Comissão, tomado no Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, ele negou que tenha ordenado a onda de ataques às força de segurança do Estado em maio. Marcola não confirmou ter havido acordo para o fim dos atentados e rebeliões nos presídios.

Segundo o relator da comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), Marcola respondeu a todas as perguntas, dando inclusive detalhes "interessantes" sobre o tráfico internacional de armas. "Foi um depoimento proveitoso", esquivou-se o parlamentar, alegando que não poderia dar detalhes por se tratar de um depoimento reservado. O presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), disse que Marcola respondeu as questões "do jeito dele, mas elas corroboraram as suspeitas da comissão". "Dá para perceber que é um preso acima da média", comentou. O relatório final será entregue em 3 de julho e entra em votação dois dias depois.

O número 1 do PCC chegou à sala de videoconferência do presídio, no prédio da administração, às 13h47. Foi a primeira vez que o líder deixou a ala de isolamento do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde está preso desde a transferência que teria desencadeado a série de ataques. Durante todo o depoimento Marcola permaneceu algemado e escoltado por dois agentes de segurança penitenciária. Estava com a barba feita e aparentava tranqüilidade.

Os deputados chegaram ao aeroporto de Presidente Prudente, em um turbo hélice Learjet do governo estadual com atrasado de cerca de duas horas, causado pelo nevoeiro no aeroporto de Congonhas. Escoltados por viaturas das polícias Militar Rodoviária e Federal, os integrantes da CPI seguiram em comboio até o presídio. O governo mobilizou 110 agentes e policiais e 23 viaturas para dar suporte à operação. O aparato foi justificado pelo fato de dois deputados terem sido ameaçados de morte por supostos membros da facção.

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