Na campanha de Greenhalgh, Valério fez até o churrasco

Brasília (AE) – O churrasco oferecido em 13 de fevereiro pela direção da campanha do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à presidência da Câmara a 195 parlamentares, ministros e dirigentes do PT foi organizado pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. Ele foi contratado pelo PT para fazer a campanha de Greenhalgh. Os custos totais foram de R$ 191 mil, que cobriram criação, arte, cartazes, faixas e o churrasco. Valério é suspeito de ser o operador do mensalão.

"O churrasco entrou na conta, que foi, integralmente, bancada pelo PT", confirmou hoje Greenhalgh. A churrascada foi feita na casa de um filho do deputado Luiz Piauhylino (PDT-PE), no Lago Sul, área nobre de Brasília, um dia antes da eleição na Câmara.

Entre os presentes, estavam parlamentares eleitores de Greenhalgh, sete ministros, Delúbio Soares, Silvio Pereira e o presidente do PT, José Genoino. Até o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), um azarão na época, deu uma passada por lá. E profetizou: "Vou ganhar."

Valério fez também a campanha de João Paulo Cunha (PT-SP) à presidência da Câmara, no início de 2003, na mesma época em que o publicitário, José Genoino e Delúbio Soares assinavam como avalistas o contrato de empréstimo de R$ 2,4 milhões junto ao Banco de Minas Gerais (BMG). "Quem fez a minha campanha foi uma das empresas do Marcos Valério, em contrato bancado pelo PT", disse hoje João Paulo. Os custos totais foram de R$ 150 mil, pagos em três parcelas de R$ 50 mil.

Dois meses depois de João Paulo ter tomado posse como presidente da Câmara, uma das empresas de Valério voltou a cruzar o caminho do petista. A SMPB – que está em nome de Renilda Maria Fernandes de Souza, mulher de Valério – assinou contrato de prestação de serviços com a Câmara, no valor de R$ 9 milhões. Ela foi escolhida pelo critério técnico porque o menor valor foi oferecido pela Artplan. Mas baixou o preço para o da concorrente e ficou com a conta.

No dia 18 de novembro de 2003, Câmara e SMPB assinaram um termo aditivo, de R$ 1,9 milhão, para durar até o fim de 2004. Mas em 30 de novembro foi feito mais um termo, agora de R$ 2,74 milhões. Já na gestão de Severino Cavalcanti, outro termo aditivo acrescentou mais R$ 8,16 milhões à conta, cujo contrato está previsto para terminar em 31 de dezembro deste ano.

De acordo com informações que já chegaram à CPI dos Correios, Valério valia-se de sua proximidade com a cúpula do PT para procurar empresários mineiros, aos quais oferecia garantias de que venceriam licitações no governo federal, caso fechassem contrato de publicidade com ele.

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