No Brasil, existem quatro milhões de mutuários. Destes, 30% estão inadimplentes ou estão na Justiça para negociar dívida. Na semana em que se comemoram os 40 anos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), a maior reivindicação do setor é a criação de uma polícia nacional de habitação. ?A maior solicitação é que se crie uma política habitacional que contemple o mutuário com a quitação do seu financiamento. Que quando ele chegar ao final do contrato, esteja quitado?, pediu o diretor da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Geraldo Tardim.
Segundo ele, é importante ter uma política que contemple a evolução do saldo devedor e da prestação com um patamar que respeite o comprometimento de renda do mutuário. ?Hoje, qualquer investimento, qualquer financiamento a longo prazo, você não tem segurança para pagar?, afirmou.
De acordo com Tardim, existe, no país, um déficit habitacional de 6,6 milhões de unidades, que abrigariam cerca de 30 milhões de pessoas. Dados do Ministério das Cidades mostram que mais de 90% do déficit habitacional estão nas famílias com renda de até cinco salários mínimos. O governo vem trabalhando para aumentar o crédito a essas famílias.
Emília Correa Lima, diretora de Produção da Secretaria de Habitação do Ministério das Cidades, disse que uma das preocupações do governo na área habitacional é fazer com que o acesso à casa própria esteja ao alcance das famílias que precisam disso. Um dos programas que reflete esse desejo é o de Subsídio Habitacional, que atendia famílias com renda de até seis salários mínimos. ?O programa passou por modificações para atender famílias que ganham até três salários mínimos?, disse.
Emília contou que o governo está elaborando uma série de ações que contemplem uma política nacional de habitação, como a criação do Conselho das Cidades. Hoje, o Ministério das Cidades conta com recursos de R$ 5,4 bilhões para programas habitacionais. ?Queremos que os recursos sejam bem gastos e atinjam essa faixa de renda?, disse ela.
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