São Paulo (AE) – Muita gente dizia que, após deixar a presidência do Palmeiras, Mustafá Contursi iria pensar na vida pessoal, deixar de lado os problemas do clube, passar a dar prioridade a viagens com a família… Desfrutaria do dinheiro que ganhou com os negócios… É, muita gente errou, mais uma vez. Mustafá não suportou dois meses sem um posto de expressão no clube e, na sexta-feira, inscreveu-se como candidato à presidência do Conselho Deliberativo, em pleito a ser realizado no dia 14.

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A decisão ocorreu durante a semana e causou surpresa em boa parte dos conselheiros. Grande número de palmeirenses não imaginava que o dirigente, depois de 12 anos no comando, voltaria tão rápido. Quem o acompanhou neste início de 2005, no entanto, não ficou tão surpreso.

Mustafá não agüentou ficar longe do Parque Antártica, após entregar o trono, e segue tendo participação decisiva na gestão de Affonso Della Monica, mesmo sem ter cargo diretivo.

O vice em sua chapa será o atual presidente do Conselho, Cláudio Mezzarane. "Achamos que o Mustafá deveria continuar contribuindo com o clube", explicou Mezzarane, que abriu mão do posto.

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Do outro lado, a oposição não digere o fato e já mostra sinais de forte irritação com Della Mônica. A justificativa é de que o dirigente não vem mudando a forma de comandar o clube, como prometera, e o sistema continua sendo o mesmo dos tempos de Mustafá. "O domínio total do Mustafá vai continuar e os outros serão os coadjuvantes", reclamou Seraphim del Grande, que concorreu com Della Monica nas eleições de janeiro.

"Por enquanto, não mudou nada, até agora praticamente não houve composição de diretoria." O rival de Mustafá no pleito será o economista Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, que terá como vice o advogado Antônio Augusto Pompeu de Toledo. O triunfo de Mustafá, mais um, é dado como certo no clube.

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