Músico do Rappa permanece em observação

O percussionista da banda O Rappa, Paulo Sergio dos Santos Dias, o Paulo Negueba, de 21 anos, continua internado no Hospital Copa D?Or. Ele está sob o efeito de analgésicos e com sinais vitais estáveis, informou o boletim médico liberado na manhã deste domingo. O percussionista passa bem, mas continua tomando transfusões de sangue e fazendo exames laboratoriais. O boletim, assinado pelo diretor do hospital, João Pantoja, informa também que Negueba está lúcido, e que deve permanecer na Unidade Semi-Intensiva por mais 48 horas.

De acordo com os médicos, pelo menos outras duas cirurgias deverão ser feitas para que ele volte a andar normalmente. Especialistas dizem que Paulo só deverá voltar a trabalhar como percussionista daqui a pelo menos três meses. A previsão inicial é a de que Negueba tenha alta em 15 dias.

A circulação sangüínea do pé direito do músico apresenta-se satisfatória, mas ele será submetido amanhã a uma arteriografia digital para melhor avaliação dos vasos arteriais da perna. As fraturas estão estabilizadas e serão reavaliadas após estudo da circulação. Exames laboratoriais demonstraram anemia, devido ao sangramento pelo trauma e pela cirurgia. Negueba deve receber transfusão de sangue ainda hoje.

O cantor Caetano Veloso visitou o percurssionista hoje à tarde. Na entrada do Hospital Copa D?Or, Caetano disse aos repórteres que está muito assustado com a violência e que torce para que o músico, que conhece a anos, se recupere o mais rápido possível.

O percussionista foi baleado na noite de sexta-feira durante uma ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM na favela de Vigário Geral, onde mora. Negueba se preparava para ir a um show do grupo em Queimados quando levou dois tiros: um no tornozelo e outro na costas, que ainda está alojado no corpo. Ele foi levado ao Hospital Getúlio Vargas, onde foi operado, e, mais tarde, transferido para o Hospital Copa D?Or. Na ação, uma pessoa morreu e duas, além de Negueba, ficaram feridas.

Em conversa com Benedita da Silva, que visitou o músico no Hospital Getúlio Vargas, Negueba acusou a polícia de ter iniciado o tiroteio contra os traficantes. A versão foi confirmada pela médica Martha Cézar, de 39 anos, que estava no carro do músico, um Corsa, na hora do confronto, ocorrido na Rua Antônio Tenório, a principal de Vigário Geral.

 

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