Leandro será preservado durante os próximos dias. Tudo para que a polêmica envolvendo o atacante e boa parte do elenco santista, e até mesmo o técnico Vanderlei Luxemburgo, não pegue ainda mais fogo – se isso ainda é possível. O jogador ficará afastado de microfones, cinegrafistas e entrevistas pelo menos até o fim de semana, quando o São Paulo voltará a jogar pelo Campeonato Paulista – sábado à tarde, enfrenta a Ponte Preta, no Morumbi.

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Mas no que depender do técnico Muricy Ramalho, Leandro continuará dando muita dor de cabeça aos adversários. Também continuará sendo alvo dos pontapés e, claro, alimentando polêmicas pelos dribles que chegam a beirar o abuso e o desrespeito. "Eu falo para eles jogarem o que sabem e não se preocuparem se alguém vai pegar ou não", disse o chefe são-paulino.

Ou seja: Leandro, Ilsinho e Souza, os titulares mais técnicos do São Paulo, têm sinal verde para driblar, driblar e driblar. Para fúria dos zagueiros adversários. "Em um determinado lugar do campo, qualquer um pode driblar. Eu só falo que tem de ser objetivo no drible. Não adianta driblar pra trás", diz Muricy.

Contra o Santos, no domingo passado, não foi a primeira vez que Leandro irritou os adversários. No clássico diante do Corinthians, a "gracinha" custou um pontapé do volante Magrão, que foi expulso na mesma hora. Frente ao Juventus, há duas semanas, o atacante também inflamou as arquibancadas com seus dribles dignos de videogame.

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"Isso que é futebol. Parece que não pode mais driblar bonito", disse o técnico do São Paulo. "Esse é o jeito dele. Vai pra cima mesmo. Eu falo pra ele e para o Ilsinho arriscarem mesmo. Tenho que explorar o que meus jogadores têm de melhor. E no futebol de hoje, com muito pouco espaço, o drible é uma arma para tirar alguém da frente.

A verdade é que nem Leandro nem qualquer outro jogador do São Paulo está preocupado se está jurado ou não para um próximo encontro. "O Leandro está tranqüilo, fazendo seu trabalho aqui. Isso que me interessa e não o que o Antônio Carlos falou", afirma Muricy, citando a troca de acusações públicas entre o seu atacante com o zagueiro do Santos.

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Comparação

Muricy também comentou hoje a invencibilidade do São Paulo, que já soma 28 partidas oficiais sem derrota. Ele citou o caso do tenista suíço Roger Federer, que estava invicto há 41 jogos e acabou perdendo para o argentino Guillermo Cañas, domingo, pelo Masters Series de Indian Wells, nos Estados Unidos.

"Todos queriam vencer o Federer, e ninguém imaginava que seria o Cañas, que voltava de suspensão e não estava entre os primeiros (colocados do ranking mundial). Com o São Paulo é a mesma coisa. Todos querem quebrar nossa série, seja o primeiro ou o último", disse Muricy.

Por isso mesmo, Muricy pede atenção total aos jogadores do São Paulo nos próximos jogos, quando o time pode garantir a classificação antecipada para a semifinal do Campeonato Paulista.