Cerca de R$ 1,2 milhão serão liberados a entidades do terceiro setor e órgãos municipais para preservação do patrimônio histórico. Nove contratos, que marcam mais uma etapa do Programa Monumenta do Ministério da Cultura, vão ser assinados hoje às 19 horas, na sede da Caixa Econômica Federal em Brasília, pelo ministro Gilberto Gil. A maioria dos recursos é do governo federal e foi obtida junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Segundo o coordenador nacional do Monumenta, Luiz Fernando de Almeida, neste momento, os acordos preveem ações em oito cidades: Natividade (TO), Rio de Janeiro, Goiás, São Luís (MA), Antonio Prado (RS), Ouro Preto, Recife e São Francisco do Sul (SC). "Os contratos representam o início de uma etapa nova do programa, que o distingue de outras ações de investimento no patrimônio histórico. Isso porque, em geral, o governo fazia restauração de monumentos, de edifícios e deixava o uso deles e a dinâmica desses sítios urbanos um pouco vazia, sem uso, sem ocupação. A ação do Monumenta visa dar dinâmica econômica para os sítios históricos e uso para os equipamentos que estão sendo restaurados", explicou.
Almeida informou que a ação a ser desenvolvida em Natividade, por exemplo, busca o fortalecimento da atividade econômica e histórica da cidade: a ourivesaria. Ele afirmou que o município tem uma peculiaridade, que é a tradição de filigrana, de origem portuguesa, uma tradição de manufatura que existe desde o século 18.
Em São Luís, no Maranhão, o objetivo é instalar uma oficina e uma escola de azulejaria usando os métodos tradicionais portugueses, origem da maior parte dos recobrimentos na capital. "Estas são ações de suporte à dinâmica dos sítios urbanos e ao uso de imóveis em que o programa trabalha", disse o coordenador.
Luiz Fernando de Almeida acrescentou que as ações estão abertas a outras cidades em que o programa não atua diretamente e que são patrimônio histórico nacional.
Iniciado em 2000, mas com atuação frágil até 2002, o programa, segundo Almeida, está presente hoje em 26 cidades brasileiras. No Santuário de Congonhas, por exemplo, há um processo de restauração em curso. O coordenador conta que foi entregue a restauração de toda a estatuária em madeira feita por Aleijadinho e por sua oficina. "As obras de todas as capelas ainda não estão prontas porque estamos recuperando também todas as pinturas. Resolvemos abrir à visitação esta parte do trabalho, em consideração ao caráter de devoção das estátuas e da Via Sacra", disse. Almeida afirmou ainda que hoje a execução dos trabalhos é grande, o que implicou na renovação de contratos de empréstimo junto ao BID em dezembro de 2004.
O anúncio será feito na sede da Caixa Econômica Federal, em virtude da comemoração dos 144 anos de sua criação. Além disso, o ministro da Cultura abre a exposição Detalhes, com fotos de Marco Antônio Galvão. A visitação poderá ser feita a partir desta quinta-feira, diariamente, por um mês, das 9 às 21 horas.
