Município do Paraná vive o sonho do petróleo

Os habitantes de Joaquim Távora, município a cerca de 350 quilômetros de
Curitiba, sobretudo os cerca de 1.500 (15% da população total) moradores do
distrito de São Roque do Pinhal, estão com a expectativa em alta nos últimos
dias. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) foi abrir um poço artesiano
e encontrou petróleo. Agora, todos aguardam resultados de análises que devem ser
realizadas sob comando da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Mesmo porque há
algumas décadas já foram feitas pesquisas na região, com perfurações que
chegaram a 2.300 metros sem resultados satisfatórios.

Desta vez, não
precisou chegar a tanto. Segundo o gerente de hidrogeologia da Sanepar, João
Horácio Pereira, a perfuração foi de 300 metros, no fim do ano passado. Quando
retornaram alguns dias depois, havia uma camada de cerca de um metro de um óleo
bastante viscoso. O material foi enviado ao Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento (Lactec), que informou, no dia 18 de março, tratar-se de
petróleo.

Amostras do óleo e de rocha foram levadas à ANP, a quem cabe
decidir se serão realizadas explorações mais detalhadas no local. Enquanto isso,
a romaria para conhecer o poço tem sido grande. O que não incomoda o pacato
distrito, diante das boas perspectivas que vêm sendo cultivadas. "Vai ser muito
bom", acredita a atendente da creche Rosângela Gonçalves. Proprietário de um
mercado, Antonio Maria Rocha, que nasceu há 49 anos no próprio distrito, torce
para que as análises apontem para a viabilidade da exploração. "O local é muito
carente de empregos" diz. Acostumado com a cultura do café, ele é um dos que
sonham com o progresso. "Vamos ser os reis do petróleo", brinca.

Com 53
anos, todos praticamente vividos em São Roque do Pinhal, o empresário mobiliário
Celito Cabrera diz que foi uma surpresa para todos. "A gente esperava água",
afirma. Ele é um dos que viveram a expectativa criada no passado, quando a
Petrobras fez perfurações que deram em nada. "Estamos na torcida para que desta
vez dê certo porque o local é bastante pobre", diz. "O distrito iria sair do
marasmo e se desenvolver."

O prefeito Willian Walter (PSL) não esconde a
satisfação com as perspectivas que se abrem. "Não será bom apenas para o nosso
município, mas para toda a região", afirma. "Estamos torcendo para que as
pesquisas mostrem que as proporções são grandes e que há condições de
exploração."

Como primeiro resultado, ele poderia ver a receita mensal do
município saltar dos atuais R$ 500 mil por mês para um volume ainda
indeterminado, em razão dos royalties. E, ao mesmo tempo, diversificaria a
economia de Joaquim Távora, hoje praticamente restrita à agricultura e pecuária.

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