O presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, qualificou uma explosão em um evento de campanha neste sábado, da qual saiu ileso, como um “ato covarde” que não atrapalhará as eleições históricas do mês que vem. Ele visitou os seus dois vice-presidentes, que ficaram feridos na explosão.
Imagens gravadas mostraram Mnangagwa sorridente saindo do palco e entrando em uma tenda lotada, onde a explosão ocorreu segundos depois, levantando fumaça enquanto as pessoas gritavam e corriam para se esconder. Autoridades disseram que Mnangagwa foi tirado do local e levado para um prédio do governo vizinho em Bulawayo.
A explosão ocorreu “a alguns centímetros de distância de mim, mas não chegou a minha hora”, disse o presidente à emissora estatal ZBC. Mnangagwa, que brincou abertamente sobre várias tentativas de assassinato no passado, disse que já está acostumado com elas.
Pelo menos oito pessoas ficaram feridas, segundo o jornal The Herald. O vice-presidente Kembo Mohadi teve ferimentos nas pernas, enquanto Constantino Chiwenga, segundo vice-presidente e ex-comandante militar, sofreu hematomas no rosto, segundo a reportagem. A maioria dos feridos recebeu alta de um hospital após o tratamento, disse o porta-voz do presidente George Charamba ao jornal.
A explosão e a falta de clareza sobre possíveis responsáveis injetaram incerteza nos preparativos para as eleições de 30 de julho, as primeiras desde que o líder de longa data Robert Mugabe renunciou em novembro. Mnangagwa assumiu com promessas de realizar eleições livres e justas. Ele disse no Twitter que aguarda mais informações sobre a explosão, mas acrescentou, sem dar detalhes, que os responsáveis devem ter vindo de “fora de Bulawayo”. “Eu posso garantir a vocês que esses são os meus inimigos normais.”
Mnangagwa fez ainda um apelo por unidade no país. “A campanha foi realizada em um ambiente livre e pacífico, e nós não permitiremos que este ato covarde nos atrapalhe enquanto nos aproximamos das eleições”, afirmou. O principal líder da oposição no Zimbábue, Nelson Chamisa, disse que “a violência não deve ter lugar na nossa política”. Fonte: Associated Press.