Ansiosos para votar, a população do Zimbábue já se enfileirava antes mesmo do amanhecer deste sábado (29) para as eleições que colocam o presidente Robert Mugabe diante de seu mais duro desafio político nos 28 anos em que está no poder, em meio a reclamações de irregularidades.

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A oposição acusa Mugabe de conspirar para roubar nas eleições. As tensões aumentaram ontem, quando soldados e a polícia em comboio pela capital alertaram contra a violência. A presença da polícia nos locais de votação hoje também é grande.

O colapso econômico de onde outrora foi o cesto de pão, um lugar próspero da região, foi o tema central da campanha, com a oposição acusando Mugabe de governar mal e de ser um ditador. Mugabe, apelando ao orgulho nacional, culpa o Ocidente e acusa seus oponentes de serem bobos nas mãos da ex-colonizadora Grã-Bretanha.

Disputando o cargo com Mugabe está o líder da oposição Morgan Tsvangirai, de 55 anos, que por muito pouco perdeu a corrida presidencial em 2002, e o ex-ministro das Finanças Simba Makoni, de 58 anos. Makoni ameaça conseguir os votos tanto da oposição quanto do partido do governo.

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Todos os três candidatos já votaram na manhã de hoje. Em entrevista após a votação, Mugabe disse aos repórteres que ele aceitaria qualquer que fosse o resultado, rejeitando as acusações da oposição de que estaria orquestrando a própria vitória. "Nós não manipulamos eleições", afirmou. O candidato concorrente, Tsvangirai, emitiu uma nota firme dizendo: "A vitória do povo está assegurada". As informações são de agências internacionais.