O presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya, instalou-se em um pequena cidade nas montanhas na Nicarágua, perto da fronteira hondurenha, a partir de onde pretende relançar sua volta ao poder, após ter sido afastado por um golpe de Estado em 28 de junho. Após semanas de viagens entre a América Central e Washington, Zelaya disse hoje que não deixará a região de fronteira por uma semana, apesar de um porta-voz do Departamento de Estado do governo dos Estados Unidos ter dito que ele estaria amanhã em Washington para reiniciar as negociações políticas com o governo interino que o depôs.
“Nesta semana vou me ocupar do povo hondurenho”, disse Zelaya ontem, na cidade nicaraguense de Ocotal, a 25 quilômetros da fronteira. Zelaya citou um comunicado liberado no domingo no website das forças armadas de Honduras como prova de uma suposta divisão existente entre os militares e o governo interino.
O comunicado reafirma a subordinação dos militares às autoridades civis, mas também manifesta apoio à solução do impasse político que vive Honduras através da mediação internacional. A solução foi rejeitada recentemente pelo governo interino, porque prevê a volta imediata de Zelaya à presidência, agora ocupada por Roberto Micheletti, que antes do golpe chefiava o Congresso.