O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya afirmou, no fim da tarde, o início de diálogo com o governo de fato, liderado por Roberto Micheletti. Na Embaixada do Brasil em Honduras, Zelaya relatou que, na noite de ontem, reuniu-se “com um funcionário do governo de fato, mas não houve muito avanço, porque eles estão inflexíveis”.
Segundo ele, “no entanto, trata-se de um início para buscar uma solução pacífica que traga a paz perdida com o golpe de Estado”. Zelaya não revelou qual foi o funcionário com quem conversou. O presidente deposto fez o anúncio em entrevista à local Rádio Globo depois de receber na embaixada o bispo auxiliar de Tegucigalpa, monsenhor Juan José Pineda.
Conselho de Segurança
Hoje, a pedido do Brasil, o Conselho de Segurança das Nações Unidas também decide se deve realizar amanhã uma reunião informal para discutir a situação da embaixada brasileira em Tegucigalpa, Honduras, que abriga Zelaya desde segunda-feira, e está sob cerco militar de tropas hondurenhas. Conforme o resultado desta reunião, o Conselho de Segurança, do qual o Brasil não faz parte, poderá realizar uma reunião formal.
A informação sobre a reunião da ONU foi dada em entrevista coletiva pelos embaixadores Ênio Cordeiro, subsecretário para a América do Sul, e Gonçalo Mourão, chefe do Departamento da América Central e Caribe. Os embaixadores informaram que uma missão da Organização dos Estados Americanos (OPEA) deve seguir amanhã para Tegucigalpa para preparar uma grande reunião com a participação do secretário-geral da instituição e chanceleres de vários países.
Os dois embaixadores demonstraram a expectativa de que a solução definitiva para o impasse virá a partir da OEA. Para eles, o fato de Micheletti ter pedido a ida da missão da OEA a Tegucigalpa é sinal de que está disposto a conversar. Com informações da Associated Press.