O presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya, deixou, no início desta noite, a Embaixada do Brasil na capital hondurenha e segue para o aeroporto, onde embarcará para Santo Domingo, República Dominicana. Zelaya estava na embaixada desde 21 de setembro, quando retornou secretamente ao país após ser expulso por um golpe militar.
Este mês, o Congresso do país aprovou um decreto que anistia Zelaya e os demais envolvidos nos acontecimentos relacionados ao golpe de Estado. O presidente eleito, Porfirio Lobo, contou com o apoio decisivo de seu Partido Nacional para que a proposta fosse aprovada.
Histórico
Zelaya foi destituído em 28 de junho do cargo por militares em cumprimento a uma ordem da Suprema Corte do país. A ação foi uma resposta à insistência de Zelaya em realizar um plebiscito para mudar a Constituição e permitir sua candidatura à reeleição. Zelaya foi preso em casa e levado a uma base aérea, de onde embarcou para a Costa Rica.
Os deputados de Honduras nomearam Roberto Micheletti, líder do Congresso, como novo presidente do país. Foi o primeiro golpe de Estado na América Central desde 1993, quando militares guatemaltecos derrubaram o presidente Jorge Serrano.
Mesmo com a pressão de países e entidades internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), o governo de facto hondurenho recusou restituir Zelaya ao cargo. O presidente deposto, então, retornou secretamente a Tegucigalpa no dia 21 de setembro e se refugiou na Embaixada do Brasil.