O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse a repórteres na segunda-feira à noite que faria, a partir de ontem, uma “incursão” pelas montanhas da fronteira entre Honduras e Nicarágua. Zelaya se recusou a dar detalhes do seu plano “por razões de segurança” e não esclareceu se sua intenção era se reunir com seus partidários. Mas ontem à tarde ele continuava no Hotel Frontera, na cidade nicaraguense de Ocotal.
Na sexta-feira, pouco depois do teatral ato simbólico de atravessar a fronteira hondurenha por alguns minutos e poucos metros e retornar ao lado nicaraguense, Zelaya chegou a admitir que “mentiu para os jornalistas para despistar o inimigo”. Ontem, sua mulher, Xiomara Castro, e sua mãe, Hortensia Rosales, receberam permissão do governo de facto para viajar para a Nicarágua para encontrá-lo, após permanecer por vários dias numa reserva militar próxima à fronteira, mas adiaram a viagem.
Com os bloqueios militares isolando os focos de resistência espalhados pela fronteira, Zelaya tem apostado na mídia para sensibilizar a comunidade internacional. Suas duas aparições em Las Manos foram cercadas por uma bem ensaiada claque, que gritava palavras de ordem contra o golpe sempre que a Telesul – TV cujo maior acionista é o Estado venezuelano – entrava no ar.
