Zelaya acusa rival de assassinato e traição em Honduras

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, atacou ontem o presidente autoproclamado, Roberto Micheletti, um dia antes de os dois se reunirem em San José, capital da Costa Rica, num encontro que será mediado pelo presidente costa-riquenho, Oscar Arias. Micheletti é um “gorila” que cometeu “assassinatos, violação dos direitos humanos e traição”, afirmou Zelaya, em entrevista a uma rede pública de TV do Chile. Zelaya disse ontem que exigirá durante o encontro previsto para hoje entre os opositores – marcado graças à pressão dos Estados Unidos – a remoção do governo autoproclamado em 24 horas. Micheletti insiste que não discutirá a possibilidade de retorno de Zelaya como presidente a Tegucigalpa.

O governo autoproclamado de Honduras afirma que, se voltar, Zelaya terá de enfrentar a Justiça, apesar de a Suprema Corte ter acenado esta semana com a possibilidade de uma anistia política para o presidente deposto. Já Zelaya afirmou que não existe nenhuma possibilidade de acordo se a presidência não lhe for restituída. Caberá a Arias conduzir a difícil negociação. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1987 pelo papel desempenhado nos acordos de paz para as guerras civis da América Central nos anos 80.

Ontem, centenas de simpatizantes de Zelaya interromperam temporariamente o tráfego na estrada que liga Tegucigalpa ao leste de Honduras, na fronteira com a Nicarágua. Xiomara Castro, mulher do presidente deposto, liderou a marcha pelo segundo dia seguido. Desde a noite do golpe, ela estava na casa do embaixador norte-americano em Tegucigalpa, Hugo Llorens, temendo a perseguição dos militares.

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