Yanukovich: continuarei lutando pelo futuro da Ucrânia

O ex-presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, declarou que pretende lutar pelo futuro de seu país durante coletiva de imprensa concedida nesta sexta-feira na cidade russa de Rostov-on-Don. Ele também afirmou que continua a ser o presidente ucraniano e que o país deve se manter unido.

Yanukovich disse que o novo governo do país é formado por “bandidos pró fascistas” e que não aceita as leis aprovadas no Parlamento após sua saída. Para ele, a eleição presidencial, marcada por um governo ilegítimo para maio é “ilegal”.

As declarações foram as primeiras de Yanukovich desde sábado, última vez que havia sido visto na televisão do país.

Ele disse que apoia os moradores da Crimeia, que estão preocupados com as atitudes dos “nacionalistas” de Kiev e afirmou que a Rússia não pode ficar parada enquanto vários eventos acontecem na Ucrânia. Para ele a Rússia é “obrigada” a agir em relação à situação ucraniana, embora tenha declarado depois que seria “inapropriado” dizer que o país vizinho, um “parceiro importante”, deve fazer pela Ucrânia.

Yanukovich negou, porém, que suas palavras signifiquem um pedido de intervenção, dizendo que “qualquer ação miliar nesta situação é inaceitável” e que se opõe “categoricamente” a qualquer ação nesse sentido em seu país. Ele afirmou também não ter informações sobre a existência de homens armados em dois aeroportos da Crimeia, região que “deve permanecer como parte do Estado ucraniano”.

O ex-presidente disse que a piora da situação na Crimeia é responsabilidade daqueles que o tiraram do poder. “Eu acredito que tudo que está acontecendo agora na Crimeia é uma reação absolutamente natural ao golpe que aconteceu em Kiev”, afirmou.

A entrevista foi feita em russo, a primeira língua do ex-presidente. Ele costuma falar em ucraniano quando está em Kiev, embora algumas vezes responda em russo quando a pergunta é feita nesta língua.

Yanukovich afirmou que “não fugi para lugar nenhum” depois de ter saído de Kiev na sexta-feira da semana passada, mas que foi para a cidade de Carcóvia, no leste ucraniano. Ele disse ter sido “forçado” a deixar o país quando estava na Crimeia, depois de sua família ter recebido ameaças. Perguntado como conseguiu chegar à Rússia, ele disse que foi graças a “funcionários patriotas que cumpriram seu dever e me ajudaram a salvar minha vida”.

O ex-presidente disse que chegou a Rostov-on-Don, cidade do sul da Rússia onde concedeu a entrevista, para pedir abrigo temporário a um “velho amigo”. Yanukovich disse que não se encontrou com o presidente russo Vladimir Putin ultimamente, mas que falou com ele por telefone.

Mais uma vez, ele afirmou que continua a ser o líder legítimo da Ucrânia e que voltará ao país assim que houver condições de segurança para isso. Yanukovich declarou-se, porém, “envergonhado” por não ter força para manter a estabilidade em seu país.

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