O xeque Issa bin Zayed Al Nahyan, membro da família que governa os Emirados Árabes Unidos (EAU) que estava sendo julgado por suposta relação com a gravação de um vídeo em que um afegão era torturado, foi declarado inocente de todas as acusações neste domingo. A decisão foi tomada pelo juiz Mubarak al-Awad.
O caso foi bastante acompanhado não apenas porque Issa é meio-irmão do presidente dos Emirados, mas também porque a tortura foi filmada. A gravação foi descoberta no ano passado, durante um processo nos EUA movido pelo ex-sócio de Issa, o executivo norte-americano Bassam Nabulsi. Ele está processando Issa por causa de milhões de dólares que diz ter de receber por diversos negócios.
O vídeo mostra um suspeito, identificado como Issa, batendo em um homem que seria um trabalhador afegão, no meio do deserto. A defesa diz que Nabulsi filmou a tortura para chantagear Issa. A vítima sobreviveu ao ataque.
A defesa também argumentou que Issa ficou desorientado e prejudicado por uma combinação de dezenas de drogas, incluindo remédios para o coração. A lista de drogas foi apresentada ao tribunal, mas não publicada. No mês passado, um especialista testemunhou em favor da defesa, dizendo que a mistura de drogas pode causar “raiva, tendências suicidas, depressão, agressividade e perda de memória”.