O WikiLeaks confirmou nesta quinta-feira os relatos de que perdeu o controle de uma série de telegramas diplomáticos norte-americanos que vinha publicando nos últimos meses, afirmando que uma violação em seu sistema de segurança levou à divulgação de centenas de milhares de documentos não editados, informou o jornal Wall Street Journal.
O site procurou se abster da responsabilidade pelo vazamento de tais documentos e acusou o jornal britânico Guardian – que no ano passado foi parceiro do WikiLeaks na publicação de alguns dos telegramas – de publicar num livro a senha que libera o arquivo criptografado que contém os telegramas não editados.
Segundo a revista alemã Der Spiegel, o arquivo criptografado está disponível na internet desde o início deste ano. Em comunicado, o WikiLeaks não explica como perdeu o controle do arquivo criptografado e não respondeu aos pedidos de esclarecimento.
O episódio colocou o WikiLeaks na estranha posição de condenar o que chamou que divulgação “imprudente” e “negligente” de informações, algo que os críticos da organização a acusam de fazer.
Nos últimos dias, o WikiLeaks tem enfrentado críticas por publicar alguns documentos sem editar os nomes de pessoas como informantes do governo, que teoricamente poderiam ser ameaçados pela publicação das informações.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o Guardian disse que rejeita completamente qualquer acusação de que é responsável pela divulgação dos telegramas não editados”. Segundo o Guardian, o livro publicado sete meses atrás “continha uma senha, mas não a localização dos arquivos…foi uma informação sem importância para qualquer um, exceto para quem sabia onde encontrar os arquivos”.
Não se sabe quem vazou os telegramas diplomáticos para o WikiLeaks, mas no ano passado o Exército norte-americano acusou o analista de inteligência Bradley Manning por retirar ilegalmente arquivos secretos do Departamento de Estado. As informações são da Dow Jones.