O governo anterior do Reino Unido restringiu o alcance de uma investigação sobre a guerra no Iraque para proteger os interesses dos Estados Unidos, informou o jornal The Times hoje, baseando-se em documentos diplomáticos norte-americanos vazados pelo site WikiLeaks.
O então primeiro-ministro britânico Gordon Brown lançou em novembro de 2009 uma investigação para que se avaliasse a condução da guerra, a fim de que se possa tirar lições do conflito. Um despacho divulgado pelo WikiLeaks, porém, revelou que um graduado funcionário do Reino Unido prometeu aos EUA defender os interesses de Washington. Segundo a declaração do então diretor-geral para segurança do Ministério da Defesa britânico, Jon Day, “o Reino Unido já ‘tomou medidas para proteger nossos interesses'”, afirma o texto.
Uma graduada fonte disse ao Times que a proteção seria para “documentos de inteligência dos EUA fornecidos antes da guerra”. Segundo essa fonte, a divulgação desses documentos traria prejuízos para a “relação especial” das duas nações no setor de troca de informações de inteligência. O chefe da investigação, John Chilcot, revelou posteriormente sua “frustração” pela falta de acesso a documentos fundamentais para apurar o caso. As informações são da Dow Jones.