O presidente do Bundesbank (o Banco Central da Alemanha), Jens Weidmann, criticou as novas medidas do Banco Central Europeu (BCE) para estimular a economia em uma entrevista à revista Der Spiegel. Weidmann foi particularmente crítico sobre o anuncio feito em setembro pelo BCE de comprar títulos lastreados em ativos (ABS, na sigla em inglês).
O programa de ABS, esperado para começar em outubro, é parte dos esforços do BCE para melhorar a oferta de crédito na Zona do Euro. “Dependendo de como o programa de compra de ABS for desenhado, há o risco de que os bancos possam se isentar de riscos às custas dos contribuintes”, declarou Weidmann, que é membro do Conselho do BCE.
Para Weidmann, as compras do BCE deveriam ser apenas de títulos de baixo risco. Na avaliação dele, é “questionável” se há títulos de baixo risco suficientes em circulação para que o BCE cumpra suas metas de compras.
Além do programa de ABS, o banco central da zona do euro cortou em setembro três importantes taxas de juros. O presidente da instituição, Mario Draghi, também sugeriu que o ‘quantitative easing’ ainda é uma possibilidade que está na mesa. As medidas são destinadas a elevar a inflação, que está em 0,3% na taxa anual, bastante abaixo da meta do BCE de um número levemente abaixo de 2% no médio prazo.
Weidmann, que é conhecido por ser crítico do BCE, disse que o pacote de medidas representa uma estratégia fundamental e uma mudança drástica para a política monetária. “Apesar de discordâncias sobre o conteúdo das medidas, a maioria do conselho do BCE tem, por meio de suas decisões, sinalizado que a política monetária está pronta para ir longe e entrar num novo território”, disse. Para ele, porém, programas massivos de compras de títulos apenas endereçam os sintomas da crise econômica, e não atingem suas causas. Fonte: Dow Jones Newswires.