Líderes parlamentares italianos marcaram para a quarta-feira, 4, um voto de confiança contra o subsecretário de Justiça do governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, Giacomo Caliendo, envolvido numa investigação sobre associações secretas que supostamente teriam como objetivo influenciar políticos e magistrados.
O voto de confiança fez Berlusconi interromper suas férias de verão e ficar trabalhando em Roma, onde agora seu governo de dois anos está ameaçado, após o premiê ter rompido relações na semana passada com Gianfranco Fini, líder da Câmara de Deputados.
O voto será “um teste de confiança para a maioria”, disse Benedetto Della Vedova, parlamentar que integra o grupo de Fini, formado por cerca de 30 deputados. “Se votarmos, vamos ver quais são os números verdadeiros”, disse Della Vedova. O parlamentar não disse, contudo, como e se ele e seus colegas votarão na quarta-feira.
Alguns analistas políticos dizem que o rompimento com Fini poderá fazer com que Berlusconi perca a maioria parlamentar, o que levaria a um colapso do governo. Antes da última sexta-feira, ou seja, do rompimento com Fini, o Partido do Povo da Liberdade (PDL) de Berlusconi controlava 342 cadeiras na Câmara, que tem 630, e 175 cadeiras no Senado, que tem 322.
Fini é um dos cofundadores do PDL, que é de centro-direita, embora sua origem política seja da extrema direita. Antes de entrar no PDL, Fini liderou a Alleanza Nazionale, herdeira do Movimento Social Italiano (MSI), que substituiu o Partido Fascista após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O próprio futuro político de Fini não está claro. Ele ambicionava suceder Berlusconi como líder conservador, mas até agora não teve a força política para isso.