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Votação na Catalunha pode indicar novo período de incerteza política na Europa

A independência da Catalunha, uma das regiões mais ricas da Espanha, é um risco persistente para os investidores após um longo período de incerteza política na Europa. A Catalunha está seguindo em frente com um plebiscito de independência a ser realizado em 1º de outubro, embora o governo espanhol tenha considerado a ação ilegal. Na quarta-feira, a polícia nacional prendeu 13 funcionários da Catalunha.

Se as finanças da Espanha serão pressionadas é a questão-chave para os investidores. O índice da Bolsa de Madri Ibex-35 caiu 1,2% na quarta-feira, com os maiores bancos catalães – Banco de Sabadell e CaixaBank – liderando as perdas com baixas de cerca de 4% e 2%, respectivamente. Os investidores também venderam títulos da região, com preocupações em torno dos pagamentos.

Uma série de eleições europeias cruciais no início deste ano foram uma fonte importante de ansiedade para os investidores, mas a derrota da candidata de extrema-direita Marine Le Pen na França e a negociação bem-sucedida do resgate da Grécia pareceram colocar os riscos em um nível inferior. Agora, o plebiscito catalão poderia trazer volatilidade aos títulos e ações da Espanha e da Catalunha, desestabilizando a quinta maior economia da Europa Ocidental.

As pesquisas de opinião preveem uma vitória dos eleitores pró-independência, em parte porque aqueles que não apoiam a separação disseram que irão boicotar a votação, o que daria outro rumo aos resultados. Não está claro quantas pessoas irão votar no plebiscito, não autorizado pelo governo espanhol, que não estabeleceu participação mínima para ser considerado legítimo. O governo catalão prometeu prosseguir com a consulta popular e respeitar o resultado, independentemente.

Alguns investidores veem oportunidade na votação. O gerente de fundo da BlueBay Asset Management, Mark Dowding, comprou títulos da dívida catalã. Ele considera uma pechincha “contra o pano de fundo de baixos rendimentos na Europa” e a baixa probabilidade de separação.

“Há uma grande probabilidade de ter um pouco de transtorno civil, o que significa tumulto nas ruas, especialmente em Barcelona”, disse o gerente de fundos da Allianz Global Investors, Brian Tomlinson.

As finanças tornaram-se um campo de batalha chave na questão da separação. No início deste ano, autoridades catalãs se encontraram com investidores em Nova York e em Londres para avaliar os juros de emissão de novas obrigações, um movimento que lhes daria mais autonomia financeira. A região também tenta aumentar sua capacidade de controlar os impostos locais. Os funcionários também exploraram formas de acessar o sistema de pagamentos bancários, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. O governo espanhol, no entanto, não comentou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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