A vitória do candidato de direita Sebastián Piñera nas eleições presidenciais do Chile demonstrou a vontade do eleitorado de alternar as forças no poder e de “exorcizar seu passado”.

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Na leitura do embaixador brasileiro em Santiago, Mário Vilalva, o voto chileno se deslocou para o centro do espectro político e refletiu a necessidade de superar e enterrar as disputas entre direita e esquerda e as discussões sobre os antigos feudos de poder.

“Muitos dos eleitores eram jovens que não viveram o período da ditadura militar (1973-1990), que rejeitavam a pontuação ideológica e que esperavam soluções para os assuntos da vida cotidiana dos cidadãos e caras novas na política chilena”, explicou.

“A Concertação perdeu por fadiga e por não ter percebido que o eleitorado exigia renovação”, concluiu Vilalva, referindo-se ao partido que dominou a política chilena nos últimos 20 anos.

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De acordo com o embaixador, o processo eleitoral chileno se deu de maneira tranquila, apesar da reviravolta que gerou, ao acabar com a hegemonia do partido da presidente Michele Bachelet. Piñera venceu o segundo turno, no último domingo, com 51,6% dos votos válidos.

O candidato da Concertação, o ex-presidente Eduardo Frei, obteve 48,3% e reconheceu sua derrota ainda na tarde de ontem. Iniciada hoje, durante café da manhã entre Bachelet e Piñera, a transição tenderá a ser marcada por respeito entre os dois lados.

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