Uma multidão de budistas dirigindo motocicletas pelas ruas de Mandalay, a maior cidade de Mianmar, atirou pedras em mesquitas e lojas muçulmanas na noite de ontem, o segundo dia consecutivo da violência que deixou ao menos dois mortos e 14 feridos, disseram as autoridades nesta quinta-feira.
Uma das vítimas foi identificado como um homem muçulmano, disse U Tin Aung, um oficial muçulmano que estava organizando seu funeral. Moradores disseram que o homem assassinado estava a caminho da mesquita pelo amanhecer quando foi atacado pela multidão de budistas.
O segundo homem era budista, de acordo com um policial que falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a falar com a mídia. Detalhes de sua morte ainda estão sendo investigados.
Muçulmanos acusam a polícia de não impedir a ação dos budistas. Em resposta à violência, autoridades impuseram um toque de recolher entre as 9h da noite de hoje e as 5 da manhã de amanhã.
A onda de violência em Mandalay, que fica na região central de Mianmar, ocorreu depois de rumores de que o proprietário de uma casa de chá muçulmano havia estuprado uma mulher budista. Na noite de terça-feira, budistas atiraram pedras contra uma mesquita, causando pequenos danos às suas portas exteriores e frontais, e alguns quebraram vitrines de lojas e as saquearam.
Mianmar é um país predominantemente budista, que tem enfrentado violência sectária desde 2012, que deixou ao menos 280 pessoas mortas e outras 140 mil desalojadas, a maioria deles muçulmanos atacados por extremistas budistas. Fonte: Associated Press.