A violência se espalhou neste domingo do Tibete às províncias vizinhas, com os tibetanos desafiando a repressão do governo chinês. A repressão às manifestações em Lhasa, capital do Tibete deixou cerca de 80 mortos e 72 feridos nos últimos dois dias, segundo relatos do governo tibetano exilado em Dharamsala, no norte da Índia.
"Observando os corpos há 80 mortos. Temos 80 corpos identificados", declarou Thubten Samphel, porta-voz do governo tibetano no exílio. Segundo ele, o novo balanço foi estabelecido graças a testemunhas que presenciaram os protestos. O governo chinês confirma que dez pessoas morreram em Lhasa.
Enquanto isso, o líder espiritual do Tibete, o Dalai Lama, denunciou que está ocorrendo um "genocídio cultural" no Tibete ocupado pela China, e pediu a ajuda da comunidade internacional. Hoje, ocorreram protestos nas províncias chinesas de Sichuan, Qinghai e Gansu, vizinhas ao Tibete e onde vivem muitos tibetanos.
Um morador do condado de Aba, na província de Sichuan, disse que policiais armados ocuparam as ruas dessa cidade, após ocorrer uma manifestação na manhã de domingo. O Centro Tibetano para os Direitos Humanos e a Democracia disse que pelo menos sete pessoas foram mortas a tiros em Aba. A notícia não Pôde ser confirmada por outras fontes.
A manifestação em Sichuan ocorreu após cinco dias de protestos em Lhasa, que na sexta-feira degeneraram em violência, quando os monges budistas e populares queimaram carros da polícia e lojas, em confrontos com a força pública, protestando contra quase quatro décadas de domínio comunista na região.