Soldados armados com fuzis patrulhavam nesta quarta-feira (2) as ruas de Ulan Bator a bordo de veículos blindados e guardavam os principais cruzamentos da capital da Mongólia no início de um estado de emergência de quatro dias declarado por causa dos violentos distúrbios ocorridos no país na última terça-feira (1º). Os episódios de violência começaram depois que vieram à tona denúncias de fraude nas eleições realizadas durante o fim de semana no país asiático. Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas durante os distúrbios, informou a agência estatal de notícias Montsame.
O presidente da Mongólia, Nambaryn Enkhbayar, declarou emergência depois que manifestantes entraram em choque com a polícia na terça. Eles também invadiram a sede do governista Partido Revolucionário do Povo Mongol e incendiaram o local. O mandatário também assinou um decreto impondo toque de recolher noturno e autorizou a polícia a usar a força para lidar com eventuais manifestações.
Um pequeno grupo de manifestantes reuniu-se nesta quarta no centro de Ulan Bator, perto da sede incendiada do partido. Mas os participantes do protesto dispersaram-se depois que a polícia ameaçou usar a força por intermédio de megafones. De acordo com resultados preliminares, o Partido Revolucionário do Povo Mongol – integrado pelos antigos comunistas que governaram o país como satélite da União Soviética – obteve 46 das 76 cadeiras do Parlamento.
As denúncias de fraude são vagas e concentram-se originalmente em dois distritos de Ulan Bator nos quais os governistas foram declarados vencedores, mas cujos resultados são contestados por dois integrantes populares do partido Movimento Cívico. Posteriormente, os manifestantes passaram a questionar todo o processo eleitoral e os democratas (oposição) passaram a declarar-se vitoriosos.