Mais de 50 pessoas foram mortas, em três dias de violência na região de Kasserine, no centro da Tunísia, disse hoje um funcionário de um sindicato à agência de notícias France Presse. Anteriormente, o presidente da International Federation for Human Rights, um grupo defensor dos direitos humanos, havia confirmado pelo menos 35 mortes no fim de semana no país.
“Nós temos uma lista de 35 nomes”, disse Souhayr Belhassen. “O número total é maior. É por volta de 50, mas essa é uma estimativa”, afirmou. O grupo sediado em Paris é uma federação de 164 organizações pelos direitos humanos, que tem acompanhado a violência na Tunísia através de uma rede de monitores locais.
Os protestos políticos começaram na Tunísia no mês passado, quando um jovem de 26 anos com diploma universitário ateou fogo a seu próprio corpo, após a polícia apreender os produtos de uma fazenda que ele tentava vender para seu sustento. Novos confrontos ocorreram no fim de semana, duramente reprimidos por autoridades. Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) pediram ao governo do presidente Zine El Abidine Ben Ali que mostre moderação no caso.
Os protestos ocorrem por motivos como o desemprego e a falta de perspectivas para os jovens em busca de trabalho. Ontem, o governo fechou as universidades, na tentativa de conter a mobilização. O presidente foi à televisão nacional para anunciar um plano para criar 300 mil empregos em dois anos na nação do norte africano. Ali também criticou os manifestantes pelo que qualificou como “atos terroristas”. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.