Violência marca preparação para eleição afegã

Em meio à maior ofensiva militar norte-americana desde o início da guerra, em 2001, o Afeganistão se prepara para as eleições de 20 de agosto. Diante de acusações de fraude eleitoral e da expectativa de intimidação de eleitores pelo Taleban e outros grupos rebeldes, observadores temem que a eleição afegã repita o tumulto eleitoral iraniano, uma vez que o Afeganistão é muito mais instável que o Irã e os protestos poderiam aprofundar a violência no país.

Há 41 candidatos presidenciais, mas apenas três são considerados viáveis – o presidente Hamid Karzai, o ex-ministro das Finanças Ashraf Ghani e o ex-chanceler Abdullah Abdullah. Karzai lidera com 30% das intenções de voto nas poucas pesquisas disponíveis, enquanto Abdullah vem em segundo, com 10%, e Ghani tem 7%.

A vitória de Karzai é esperada, mas analistas começam a apostar em um segundo turno, o que poderia agravar a situação. “Não podemos nos dar ao luxo de uma eleição como a do Irã. Se 20 mil afegãos forem para as ruas protestar, teremos uma guerra civil. O ambiente é muito volátil”, disse Ajmal Abidy, porta-voz de Ghani.

A oposição acusa Karzai de usar a máquina estatal, ocupando salas do palácio presidencial para promover eventos de campanha. “Em uma das províncias, o conselho distrital está buscando pessoas em casa e oferecendo-lhes almoço em troca de trabalho para a campanha”, disse Abidy. Segundo um assessor político da União Europeia (UE) em Cabul, vários cartazes educacionais, usados para ensinar as pessoas a votar, estampam o símbolo da campanha de Karzai – uma balança. “Ele usa a máquina para tudo nesta eleição” , disse outro assessor, que pediu para não ser identificado.

Karzai nega irregularidades. O porta-voz da campanha do atual presidente, Wahid Omar, tentou justificar o fato de Karzai usar salões no palácio presidencial para encontros de campanha. “É o lugar mais seguro do país”, disse.

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