O governo chileno confirmou nesta quarta-feira que não entregará uma nova proposta educacional para os estudantes, no dia em que venceu o prazo dado pelos alunos para tal. O ministro da Educação, Felipe Bulnes, disse que a proposta existente continua a ser a entregue pelo governo do presidente Sebastián Piñera aos estudantes em 1º de agosto. A proposta com 21 pontos foi rechaçada por milhares de estudantes que mantém a greve nas escolas secundárias e nas universidades. Passeatas dos estudantes, aos quais se juntaram sindicalistas, terminaram ontem em violência em Santiago, com 78 feridos e 396 pessoas detidas, informou o Ministério do Interior.
Grupos de manifestantes encapuzados levantaram barricadas na capital e incendiaram pelo menos dois automóveis. Ocorreram tentativas de saques, que foram reprimidas. O porta-voz do governo do Chile Andrés Chadwick, disse que o governo ainda está disposto a encontrar uma solução para a crise, que já se estende por mais de dois meses. “É só eles (os estudantes) pedirem que vamos nos sentar e conversar em uma mesa de trabalho”, afirmou Chadwick.
O subsecretário do Ministério do Interior, Rodrigo Ubilla, informou que foram detidas 273 pessoas nas manifestações após o meio dia da terça-feira, aos quais se somaram outros 123 detidos mais tarde. Dos 78 feridos nos choques, Ubilla disse que 23 são civis e 55 policiais. Ubilla esclareceu que os números são nacionais e não se referem apenas à Santiago, onde ocorreram a maioria dos confrontos. As informações são da Associated Press.