Que tal plantar maconha para quitar as dívidas da prefeitura? Uma vila da Espanha coloca a questão em votação nesta terça-feira. O referendo que acontece em Rasquera, uma vila com 960 habitantes da região da Catalunha, ilustra as profundas dificuldades financeiras da Espanha.

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Os sete vereadores da vila aprovaram a ideia em março, mas o projeto gerou tanta controvérsia que o prefeito decidiu colocar a questão em votação no vilarejo, onde a maior parte da população é composta por aposentados.

Pelo menos 75% dos eleitores precisam aprovar a ideia para que ela siga em frente. Se isso acontecer, uma parte do terreno da vila será arrendada para o ABCDA (Associação Barcelonesa Canábica de Autoconsumo) por ? 1,3 milhão (US$ 1,7 milhão). Cerca de 40 empregos seriam criados na produção, colheita e empacotamento da erva.

O pagamento é praticamente igual à dívida da pitoresca vila, que fica aos pés de uma cadeia de montanhas e tem um castelo do século 12. Caso o projeto não seja aprovado, o prefeito Bernat Pallisa disse que renunciará ao cargo.

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Rasquera não é a única vila com problemas de dívida. A economia espanhola sofreu muito após o estouro da bolha imobiliária e muitas cidades e vilas tentam desesperadamente lidar com os cortes nos gastos no setor da saúde e educação e com a falta de empregos.

A taxa de desemprego na Espanha é de quase 23%, a mais alta dos 17 países da zona do euro. Cerca de 50% desses trabalhadores são jovens e o país está à beira de uma nova recessão.

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Não foi possível entrar em contato com Pallisa nesta terça-feira, mas Jose Maria Insausti, assessor da prefeitura, afirmou que o prefeito considera que “esta pode ser uma boa solução para a economia local e se alguém tiver uma ideia melhor, pode apresentá-la”.

Pela lei espanhola, o consumo de pequenas quantidades de cannabis é permitido, mas produzir para a venda ou fazer propaganda para a venda é ilegal.

Autoridades integrantes do Plano Nacional sobre Drogas afirmaram que a produção de maconha em grandes quantidades, como no projeto de Rasquera, seria contra a lei, e prometeram impedir a implementação do projeto.

Já o governo de Rasqueda acredita que a iniciativa é legal, já que a maconha produzida no local só poderia ser consumida pelos sócios da ABCDA, que são 5 mil pessoas. Os resultados devem sair na noite desta terça-feira. As informações são da Associated Press.