A vila de Rasquera, na região da Catalunha, que considerou a hipótese de arrendar parte de suas terras para a produção de maconha – e com o dinheiro pagar suas dívidas – estuda o que fazer com o projeto, já que o resultado do referendo que decidiria a questão mostrou que o apoio popular ficou abaixo do mínimo necessário para levar o plano adiante.
Dos quase 1.000 habitantes da vila, 56% votaram a favor da medida e 44% contra, em referendo realizado na terça-feira. O prefeito Bernat Pellisa havia afirmado que se o plano não fosse aprovado por 75% dos votos colocaria o projeto de lado e deixaria o cargo. Mas agora afirmou que tomará uma decisão definitiva nos próximos dias, segundo José María Insausti, advogado que também é conselheiro da câmara municipal.
Desde que o projeto se tornou público, mais de um mês atrás, Rasquera se tornou famosa em toda a Espanha.
Pelo projeto, os habitantes devem ceder parte de seus terrenos que, por meio de uma empresa municipal, serão arrendados para a Associação Barcelonesa Canábica de Autoconsumo (ABCDA).
A associação informou que pagará inicialmente ? 30 mil (US$ 39 mil) e um aluguel anual de US$ 550 mil (US$ 733 mil) durante dois anos para cultivar maconha no local.
A iniciativa poderia resultar em 40 vagas de emprego diretos e indiretos e liquidaria totalmente a dívida de US$ 1,7 milhões da municipalidade.
Na Espanha, o consumo de maconha em pequenas quantidades é permitido. O município catalão acredita que a medida tem embasamento legal, porque o cultivo será destinado ao consumo privado dos 5 mil membros da ABCDA.
Mas a agência Plano Nacional sobre Drogas, ligada ao Ministério da Saúde, lembrou que o cultivo de maconha é ilegal e que a polícia vai intervir assim que a primeira semente for plantada. As informações são da Associated Press.