Ao divulgar vídeos de Osama bin Laden encontrados na casa onde ele vivia no Paquistão até ser morto em uma ação militar americana na semana passada, o governo dos Estados Unidos indicou que o saudita ainda estava no comando da rede terrorista Al-Qaeda, não sendo apenas uma figura simbólica, como muitos o descreviam nos últimos anos.
“O material coletado no complexo da cidade de Abbottabad claramente demonstra que Bin Laden continuava sendo um líder ativo da Al-Qaeda, dando instruções estratégicas, operacionais e táticas para o grupo. Ele estava longe de ser irrelevante. Isso deixa claro que a recente operação foi essencial para a segurança nacional”, disse uma autoridade do serviço de inteligência em comunicado oficial para divulgar os vídeos.
São cinco cenas ao todo. Cada uma dura poucos segundos. A mais impressionante delas mostra Bin Laden sentado no chão, enquanto observa a sua própria imagem em uma pequena TV, dentro de um quarto humilde, com fios nas paredes. O saudita, vestindo um gorro e envolvido em um cobertor, segurava o controle remoto com a mão direita, enquanto acariciava a barba, já um pouco grisalha, com a mão esquerda. Nas outras quatro cenas, Bin Laden aparece ensaiando para vídeos que seriam divulgados pela Al-Qaeda. Em uma delas, o líder da rede terrorista aparece recebendo algumas instruções.
O governo dos EUA optou por não colocar o som, temendo que sua mensagem seja usada como propaganda pela rede terrorista. No entanto, um membro do serviço de inteligência disse que era “uma mensagem para o povo americano na qual ele repete temas usuais de condenação da política externa americana e contra o capitalismo”.
Segundo o serviço de inteligência dos EUA, Bin Laden era tão preocupado com a própria aparência “que chegou a tingir o cabelo e a barba de preto” para não mostrar que estava envelhecendo. Não estão claros os motivos para o saudita guardar estes vídeos.
As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.