Um juiz acusou o vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, de suborno e realização de negócios incompatíveis com o cargo público. As acusações referem-se à aquisição da empresa que imprime a moeda do país e vantagens obtidas em contratos com o governo.
Boudou está sendo processado por usar empresas de fachada e intermediários para ganhar o controle da companhia, que recebeu contratos para imprimir o peso argentino e material de campanha política.
A decisão do juiz federal Ariel Lijo foi publicada na sexta-feira no site do Departamento de Justiça. O juiz também ordenou que 200 mil pesos (US$ 24,6 mil) fossem apreendidos de Boudou, que permanecerá livre enquanto aguarda julgamento juntamente com cinco outros acusados.
Boudou é o primeiro vice-presidente argentino a enfrentar tais acusações. Ele pode ser sentenciado entre um e seis anos de prisão e uma proibição vitalícia do cargo eletivo.
Boudou disse que é inocente das acusações, apesar de evidências o ligarem a outros acusados, o que foi noticiado em vários jornais da Argentina.
Muitos argentinos têm questionado a razão pela qual a presidente Cristina Kirchner manteve-se fiel ao vice quando as alegações o tornaram um dos político menos populares da Argentina. Além disso, adversários estão ameaçando um impeachment e alguns aliados dizem que ele deveria renunciar.
Boudou é acusado de usar os cargos de ministro da Economia e de vice-presidente para facilitar a saída da empresa de impressão Ciccone Calcográfica da falência e organizar a sua aquisição por uma companhia de fachada para que ele e outros parceiros pudessem se beneficiar de isenções fiscais e contratos governamentais lucrativos.
A empresa de fachada, The Old Fund, era liderada pelo empresário Alejandro Vandenbroele, que é acusado de representar secretamente Boudou em acordos de negócios. O escândalo estourou após a ex-esposa de Vandenbroele expor o suposto acordo, dizendo que ela tinha de revelar o caso porque sua vida estava sendo ameaçada por aquilo que ela sabia. Fonte: Dow Jones Newswires.