O vice-primeiro-ministro de Israel, Haim Ramon, defendeu nesta quinta-feira (3) que os bairros árabes de Jerusalém sejam separados do lado ocidental da cidade, de maioria judaica. A declaração do vice-chefe de governo vem à tona um dia depois de um palestino ter avançado com uma escavadeira sobre veículos e pedestres no centro de Jerusalém. Três pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas no ataque. O agressor foi morto por um soldado israelense. O autor do ataque de ontem morava em Jerusalém Oriental, a partir de onde os moradores árabes têm acesso ao restante da cidade.
Durante entrevista à Rádio do Exército de Israel, Ramon opinou que "os bairros árabes estão artificialmente incorporados a Jerusalém e deveriam ser cedidos à Cisjordânia. Eles foram anexados em 1967 e os chamamos de Jerusalém, apesar de não viver ali nenhum cidadão de Jerusalém", declarou.
Líderes israelenses opõem-se à divisão da cidade por ela ser considerada capital "eterna e indivisível" do país. Dirigentes palestinos, por sua vez, reivindicam o setor árabe de Jerusalém para fundar ali a capital de seu almejado Estado independente e soberano. Israel capturou Jerusalém Oriental em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias. Anos mais tarde, o setor árabe foi anexado ao judaico sob o controle de Israel.