Enquanto os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e de Israel, Shimon Peres, se reuniam na manhã de hoje, o vice-ministro israelense do Exterior, Danny Ayalon, afirmou para a imprensa que o processo de paz com os palestinos não é prejudicado pela ausência de novos mediadores, mas pela falta de confiança entre ambos os lados. Pouco antes, Lula havia reforçado sua avaliação de que é preciso incluir novos atores nessas negociações, entre os quais, o Brasil.
“Não é uma questão de mediação. É uma questão de falta de confiança entre as partes. Israel fez demais desde a conferência de Oslo, em 1993, e está envolvido. Se você checar a posição palestina nesse período, verá que eles não se empenharam tanto. É preciso ver essa questão objetivamente”, afirmou.
Ayalon insistiu que os assentamentos israelenses nunca foram impedimentos para as conversas de paz no passado e não serão desta vez. Mas esquivou-se de comentar se o governo israelense suspenderá a construção de novas residências para seus cidadãos em territórios palestinos, como foi anunciado na semana passada.
Irã
Ele indicou que, para Israel, a importância da visita de Lula está centrada na questão do Irã. Israel defende a imposição de sanções pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ao país, como forma de pressionar seu governo a adequar-se às resoluções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
“O Irã é uma ameaça não apenas ao Oriente Médio, mas a todo o mundo. Nós compreendemos que Irã hoje está construindo armas de destruição em massa. Apesar de o Irã compreender os apelos da comunidade internacional, eles aceleraram o programa nuclear e provocaram o mundo”, afirmou. “A única maneira de parar o Irã é unificar a posição da comunidade internacional.”