O ex-vice-presidente e chefe de espionagem de Hosni Mubarak, o ditador egípcio que renunciou em fevereiro do ano passado, disse que não tentará “reinventar” o regime de seu mentor de longa data caso seja eleito presidente do Egito.

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Omar Suleiman, que concorrerá à presidência nas eleições dos dias 23 e 24 de maio, disse em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal estatal Al-Akhbar que restaurar a segurança no país será sua prioridade número um se for eleito. Outras prioridades, afirmou, serão reavivar a economia egípcia, promover a justiça social, e reforçar a liberdade e a democracia.

Suleiman, que serviu como chefe de inteligência de Mubarak por quase 20 anos, procurou também se distanciar do antigo regime e disse que a série de manifestações populares que levou à renúncia do ex-ditador há cerca de 14 meses criou “uma nova realidade” que não pode ser revertida.

“Não há como voltar no tempo e a revolução trouxe uma nova realidade que não pode ser ignorada”, disse ao jornal. “E ninguém, não importa quem seja, será capaz de reinventar um regime que caiu, chegou ao fim e foi rejeitado”, completou.

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A candidatura de Suleiman abre caminho para um confronto entre uma importante figura do regime de Mubarak e a Irmandade Muçulmana, o grupo político mais poderoso do Egito, que disputará a presidência com seu ex-vice líder, Khairat el-Shater.

El-Shater classificou hoje a candidatura de Suleiman como uma “reprodução do antigo regime” e alertou que qualquer tentativa de fraudar as eleições de maio será respondida com novos protestos de rua.

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“Isso é uma ofensa à revolução e uma falha em perceber as mudanças que ocorreram ao povo egípcio”, afirmou El-Shater. “É uma tentativa de roubar a revolução”, concluiu.

Gasoduto

Militantes lançaram hoje um novo ataque a um gasoduto na Península do Sinai, que transporta gás do Egito para Israel e Jordânia, informou uma autoridade de segurança. Foi o 14º ataque ao gasoduto desde o início dos protestos que derrubaram Mubarak.

Ataques anteriores foram atribuídos a insurgentes islâmicos que aumentaram as atividades no Sinai, se aproveitando do vácuo no setor de segurança e da fraca presença policial na era pós-Mubarak. As informações são da Associated Press.